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Como gerenciar os custos e os preços de venda de produtos lácteos gerando resultados incríveis

Como gerenciar os custos e os preços de venda de produtos lácteos gerando resultados incríveis

Toda empresa nasce com a intenção de ter lucro, mas nem todas sabem como fazer para atingir ou melhorar esse resultado. A principal dúvida de muitos gestores está relacionada à precificação do seu produto e isso também acontece entre os gestores de indústrias de laticínios. Mas a margem do produto está diretamente ligada à gestão de custos da empresa.

Quando não consideramos todos os custos envolvidos na fabricação dos nossos produtos, podemos acabar errando na hora de calcular o custo do produto e com isso vendendo produtos abaixo de sua margem de contribuição. Não saber calcular os custos dos produtos de forma efetiva pode levar a empresa a errar na precificação do item e com isso a sofrer sérios problemas financeiros, sem saber como contorná-los. Muitas empresas acabam indo à falência por não saber o custo do produto e de que forma o preço pode impactar nisso.

É fato que muitos produtos lácteos tem o preço definido pelo mercado como no caso das muçarelas leite longa vida e manteiga. Isso ocorre porque esses produtos são muito consumidos e, com isso, muitas empresas acabam por produzí-los e comercializá-los, aumentando muito a concorrência. Porém quem faz uma gestão eficiente e mantêm a empresa com baixo custo, tende a ter uma margem maior e, por consequência, resultados melhores.

Para que sua empresa tenha sucesso no mercado, vamos te explicar a importância da gestão de custos e como precificar seus produtos lácteos.

Porque a gestão de custos é necessária

Manter o financeiro da empresa em dia exige muita organização e responsabilidade. Somente as empresas que têm um controle rígido do fluxo de caixa são capazes de saber quanto dinheiro está saindo e entrando.

É muito importante documentar todas as contas fixas e variáveis, bem como as vendas. O ideal é ter o auxílio de um sistema de automatização para fazer a gestão financeira e não deixar passar nada.

Quando se trata do setor de alimentos, há muitos custos envolvidos. É necessário considerar o valor variável da matéria-prima, das embalagens, material de limpeza, EPIs, o custo com a manutenção da estrutura da fábrica e do maquinário, os funcionários, contas de luz e energia, transporte de mercadorias, marketing, despesas comerciais, dentre outros gastos.

Mais do que ter um controle das despesas diárias da empresa, a gestão de custos é importante para que o gestor consiga enxergar as possibilidades de crescimento e tomar decisões mais seguras. Se você observa que está encerrando o mês no vermelho, é preciso rever as contas, pensando tanto nas economias que podem ser feitas, quanto no preço do produto.

  • Será que você está cobrando barato demais ou está cobrando muito acima da média do mercado e deixando de vender?
  • Qual a sua margem de lucro?
  • Se o custo está muito alto, o que é possível mudar para aumentar os lucros sem prejudicar a qualidade do produto?
  • Qual é o mínimo de vendas necessárias para garantir o pagamento das despesas e começar a ter lucro?

Responder a estas questões é muito importante para fazer uma avaliação da perspectiva da empresa e seu potencial de competir no mercado. Avaliar toda a estrutura produtiva de uma indústria, inclusive, é de suma importância pois muitos custos são fixos. Ou seja, independentemente de você produzir ou não, esta conta tem de ser paga.

Você também deve possuir um processo de calculo de custos unitário dos seus produtos. Assim você consegue saber qual item do seu mix pode estar contribuindo para o baixo desempenho.

Entenda a seguir o que deve ser considerado na hora de definir os preços dos seus produtos lácteos.

Como precificar produtos lácteos

Hoje em dia o mercado de alimentos está repleto de concorrentes e isso também vale para o setor de laticínios. Por isso, saber precificar o produto é fundamental para conseguir competir.

Se você não possui um diferencial, é preciso ter um preço competitivo, de forma a conquistar consumidores para a sua marca. Já se o seu produto for diferente, exclusivo, ele pode se destacar e ser vendido até mais caro, pois ninguém faz igual ou tem a qualidade que você entrega.

Mas independente do produto, é necessário saber calcular os custos e definir a margem de lucro para que sua empresa não tenha prejuízos. Confira a seguir o que deve ser considerado no cálculo de preços de produtos lácteos:

1.    Calcule as despesas fixas e variáveis

Toda empresa possui custos que dependem da quantidade de produtos fabricados e também aqueles valores fixos que devem ser pagos todo mês, independente do volume da produção. Alguns custos fixos são:

  • Salários e benefícios;
  • Aluguel ou manutenção da estrutura;
  • Conta de água, luz, telefone e internet;
  • Transporte e combustível;
  • Impostos fixos mensais e anuais;
  • Revisão e manutenção de máquinas;
  • Depreciação
  • Materiais de limpeza e de escritório, entre outros;

Já os valores que variam segundo a quantidade de produtos fabricados e o preço de mercado são:

  • Insumos, matérias-primas e leite;
  • impostos variáveis de venda, como ICMS, PIS, COFINS, Contribuição Social, IRPJ (Lucro Presumido) e comissão. (Essa parte pode complicar um pouco, já que o sistema tributário é complexo e você necessitará pedir ao seu contador para alocar os impostos de forma correta).

2. Calcule o valor unitário do produto

Ao reunir o valor das despesas, é necessário dividir esse custo pela quantidade de produtos fabricados. Por exemplo, se sua empresa produz queijo muçarela e iogurte, o custo de produção certamente será diferente, mas o custo fixo não se altera. Desta forma, você pode atribuir uma porcentagem do custo fixo para cada produto e descobrir o valor unitário.

Geralmente para custos fixos como mão de obra, energia, gastos com caldeira, você pode adotar critérios de rateio para que os mesmos sejam alocados de forma correta. Com isso o produto ficará com o custo mais próximo possível, evitando distorções devido a rateios feitos de forma errada.

É importante também separar os setores da fábrica utilizados para a produção, como: plataforma, fabricação de queijos, setor de iogurtes, embalagem, caldeira, laboratório e outros. Esses setores são chamados de centros de custos. Isso é importante pois os gastos desses setores irão somente para os produtos que utilizam esses espaços, evitando assim absorver custos que não são deles.

Vale também se atentar aos produtos que gastam muita mão de obra, dependendo do volume produzido, e que, por isso, podem demandar mais trabalho e custar mais. Por exemplo, um frescal de 500 gramas, poderá demandar mais mão de obra do que o frescal de 3 kg.

3.    Estude a concorrência

Para fazer a precificação de produtos também é preciso estudar a concorrência. Saiba quem são as empresas que vendem para o mesmo público-alvo e localização que você. Qual o valor cobrado por diferentes empresas para o mesmo produto? Faça uma média desses valores para saber se o valor que sua empresa cobra está abaixo ou acima do mercado.

Caso esteja abaixo, o que explica essa situação? Será que sua empresa tem custos baixos e consegue manter uma margem de lucro satisfatória cobrando menos do cliente? Será que você está cobrando menos para vender mais e ganhar na quantidade? Essa estratégia está funcionando ou você está tendo prejuízos?

Caso seu produto esteja acima do valor de mercado, qual a justificativa para essa diferença? Seus custos são altos e podem ser reduzidos sem perder a qualidade do produto? Ou seu produto tem uma qualidade superior e é valorizado pelos consumidores? Se o preço é mais alto, mas o número de vendas é satisfatório e a empresa continua crescendo, talvez não precise ajustar.

4.    A experiência do cliente também agrega valor

Existem outros valores agregados aos produtos que estão além do preço. Os consumidores não pagam apenas pelo produto físico, mas pagam também pela qualidade do produto e do atendimento, a experiência que têm com a sua marca.

Ainda que seu produto seja mais caro do que o da concorrência, se ele tiver um diferencial, o consumidor irá valorizá-lo, entendendo que o preço vale a pena. Pode ser o fato do queijo ser artesanal ou pelo iogurte levar frutas diferentes na receita. Às vezes a embalagem tem um design atraente, o marketing é humanizado ou o SAC é eficiente.

Ter um diferencial chama a atenção e permite que a empresa cobre a mais pelo seu produto ou serviço. Quando sua marca cria autoridade no mercado, adquirir seus produtos pode até se tornar um sinônimo de status.

5.    Defina a margem de lucro

O ideal é que o preço de venda do produto possa cobrir os custos de produção e as despesas, sobrando ainda o lucro. É importante que esse valor seja competitivo no mercado e, quando possível, melhor que o da concorrência. Desta forma, é possível atrair clientes que buscam por preço e qualidade.

A margem de lucro depende do que sua empresa deseja arrecadar e também do valor praticado pela concorrência. Supondo que você deseje um lucro de 15%, o custo unitário do produto deve corresponder a 85% do preço.

Fique atento as estas margens. Uma empresa pode ter uma margem bruta (diferença do custo do produto em relação ao preço de venda, dividido pelo preço de venda) menor que a sua e mesmo assim ter mais resultado. Isso ocorre porque há empresas com custos comerciais e logísticos muito altos que não cobrem essa margem ou geram uma margem muito pequena, gerando um impacto negativo sobre seu resultado.

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